22 de fev. de 2012

Neymar aclamado, Delúbio sossegado

Após cobrir o evento Bienal dos Negócios da Agricultura, realizado em agosto do ano passado em Goiânia, no meu retorno a Cuiabá deparei com uma situação um pouco decepcionante. Comigo mesmo enquanto cidadão. No aeroporto, a equipe do Santos Futebol Clube chegava a capital para uma partida com o Atlético-GO, pelo Brasileirão. (Resultado: Atlético-GO 2 x 0 Santos). Na sala de desembarque era um rebuliço só. Imprensa, torcedores, passageiros, pais com suas crianças a tira colo, neymarzetes enlouquecidas e muitos curiosos, todos dividindo o mesmo espaço para ver, tocar e aclamar a grande estrela do futebol brasileiro: o atacante Neymar. Não que ele não merecesse todo apreço de um ídolo do esporte mais popular do país. Tanto que me rendeu boas imagens. Mas acontece que, bem ali ao lado, nos guichês de check-in uma figura não menos marcante na história do Brasil aguardava atendimento sem ser incomodado. De primeira não o reconheci, mas sabia que já o tinha visto aquele rosto estampado nas capas dos jornais e noticiários afora. Não pensei duas vezes, cliquei, cliquei e cliquei. Só depois comentei com o amigo economista Daniel Latorraca.

- Cara, conheço essa pessoa de algum lugar. Só não me lembro de onde.

- Cleber, esse senhor é o Delúbio Soares.  Respondeu Daniel.
 
Sim. Era Delúbio Soares. Acusado de ser um dos mentores do escândalo do Mensalão em 2005. Bem ali, aguardando para despachar suas malas. Não contente, aguardei que fizesse o check-in e fui ao seu encontro. Confesso que fui covarde no meu papel de cidadão, não fiz se quer um comentário. Mas, como jornalista e repórter-fotográfico eu tinha que fazer alguma coisa, afinal as imagens no guichê não retratava realmente como estava a vida de Delúbio. Dirigi-me a ele, que esperava por um pãozinho de queijo na lanchonete, e disse:

- Posso fazer uma foto?

Sem nenhum receio ele disse:

 - Sim, claro.

Pensei que ficaria inexpressivo, com o mesmo semblante que presenciei lá na fila. Mas ao contrário do que imaginei, ele me surpreendeu. Abriu o sorriso e ainda me deu um “joinha”.
Depois em casa, meio que indignado e vendo aquele aceno pensei: mereci!

Ah, ainda deu tempo de fazer uma da ex-BBB, Maira Cardi.



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