8 de mai. de 2012

Após vitória em Brasília, Marizete Rezende desabafa sobre falta de incentivos à carreira



Aos 37 anos maratonista aposta nos estudos para garantir aposentadoria tranquila

Com o tempo de 3h14m17s, a goiana Marizete Rezende venceu no domingo (6.5), a quinta edição da Maratona de Brasília. É a primeira vez que a corredora ganha a competição disputada nas ruas da capital federal. A atleta liderou os 42 quilômetros de prova do início ao fim, seguida de Eliete de Moraes com 3h17m53s e Euza Gomes com 3h34m59s. “Estou muito feliz, pois esse é um titulo que eu ainda não tinha. Foi um tempo bem acima do que posso atingir, mas por não estar 100% do meu preparo físico acredito que foi um ótimo treino para as próximas provas”.

Mesmo pensando nas futuras competições, a veterana de 37 anos diz estar cansada das passadas no esporte. Sem grandes incentivos ela já planeja uma aposentadoria estável. Para isso, há um ano ingressou na faculdade e está cursando farmácia. “Ainda posso correr até aos 45 anos, mas depois disso o que vou fazer? Por isso tenho que garantir meu futuro”.

Marizete acumula mais de 50 títulos. Entre os principais estão: São Silvestre em 2002, Maratona de São Paulo de 2001, prova que foi vice em 2008, Meia Maratona do Rio de 2006, entre outras importantes provas do atletismo. Ainda assim se queixa de não ter o reconhecimento que merece por depender do apoio de empresas que permutam suas despesas. Em Brasília, a fundista natural do Centro-Oeste representou a cidade de Poços de Caldas (MG), onde vive e estuda na faculdade que a ajuda. “Na maior parte da minha carreira foi assim, disponibilizei a minha imagem em troca de apoio para poder participar das competições. Quando ganho, tenho como recompensa apenas o prazer da superação e da vitória, porque os valores das premiações na maioria das vezes são baixos”.

Entre os títulos que ainda faltam na carreira Marizete lamenta não ter conquistado nenhum fora do Brasil, pois já esteve na Maratona de Nova Iorque, e ainda a Volta Internacional da Pampulha disputada em Belo Horizonte. Segundo ela, os prêmios internacionais só não vieram por conta da disparidade na preparação e apoio aos brasileiros frente aos atletas internacionais, principalmente os africanos. “Se houvesse mais respeito pelo atletismo brasileiro teríamos muito mais campeões lá fora. Em nosso país não ganhamos nada por sermos atletas. Perante o Ministério do Trabalho somos vistos como vagabundos, porque nem carteira assinada temos”.

A campeã só entrou nas competições de atletismo aos 20 anos de idade, depois de assistir corridas pela televisão e ser incentivada por um técnico goiano.  Lembra que no triunfo na Avenida Paulista, prova que a consagrou aos 28 anos, trazia nas mãos a bandeira brasileira e a vontade de crescer. Hoje esse sentimento já não é mais o mesmo. “Num país onde não há estímulo ao esporte, a única saída é realmente o estudo. Acredito que isso deveria ocorrer de forma simultânea, conciliando educação e esporte. Para se ter uma ideia em pleno ano olímpico o patrocinador da São Silvestre transferiu o apoio para um reality show”.

Antes de ser conhecida pelos feitos no esporte Marizete de Paula Rezende, havia trabalhado como secretária, babá e recepcionista. Atividades exercidas por cidadãos comuns. No entanto, como atleta, após inúmeras vitórias a maratonista continua a praticar os mesmo hábitos. Depois da medalha no peito em Brasília, a vencedora esperava em um ponto de ônibus para seguir até o aeroporto. Foi quando um taxista ofereceu o transporte num valor inferior a corrida. E lá foi ela para mais um maratona de superação.





4 comentários:

  1. Oi amigos tudo bem? Gostei da entrevista espontânea que tivemos. Vamos torcer que as organizações de grandes corridas de rua no Brasil,voltem a dar de prêmios para o melhor(brasileiro)(a)um carro O KM como incentivo ao esporte.
    Um Abraço

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  2. Esqueci de te falar, sobre alguns títulos internacionais que tive, Sou Campeã Ibera americana de maratona em Cancun-MX 99,Vice campeã maratona de Carpi Itália em 2002,Convocada pela seleçao brasileira de atletismo para participar de 3 mundiais de meia maratona, Inglaterra,Bélgica e Brasil. Campeã Sul Americana de Maratona 2001. E muitas idas e vindas para diversos países pelo mundo afora competindo. E apesar das dificuldades tenho muito orgulho de tudo isso. È uma cultura adquirida que jamais eu teria, se não fosse através do esporte que faço. E Viva o esporte !!!! Amo correr.

    Um grande Abraço

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  3. Envio foto de perfil, e vocês, quando puderem viajar novamente de passeio ou férias, venha a Poços de Caldas MG, é bom para namorar e se divertir também, fazer banhos com águas sulforosas do vulcão. È muito bom. Esse da foto junto comigo é meu esposo Diamantino Silveira dos Santos, mais campeão do que eu, já representou o Brasil em 3 Olimpíadas,etc,etc,etc. Grande figura. Hoje cursa Engenharia e corre também na categoria dos 50 anos.

    Abraços,

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  4. Ok, esta é a foto do meu perfil, ano que vem quero começar o ano correndo novamente em Cuiabá-MT 10 km.Corrida de Reis.

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